domingo, 8 de julho de 2012

DISLEXIA COMO RECONHECER

A dislexia é certamente um obstáculo difícil, mas não barreira intransponível. Em primeiro lugar, o importante é que o obstáculo deve ser reconhecido. Se os pais e professores compreenderem exatamente quais são as dificuldades que uma criança com dislexia apresenta, eles poderão ser muito úteis, não somente mostrando simpatia e encorajamento, mas principalmente buscando uma didática mais adequada. A criança com dislexia difere das outras de mesma idade de várias maneiras. Estas diferenças não são evidentes em todas as crianças com dislexia e elas ocorrem em diversas combinações. O nível das dificuldades também varia muito. Pais e professores poderão reconhecer se as dificuldades são devidas a dislexia, fazendo a si próprios as perguntas que se seguem. A dislexia ocorre mais em meninos, porém pode aparecer também em meninas. Se tiver cerca de 8 anos e meio ou menos • ainda tem dificuldade de leitura • ainda tem dificuldade para soletrar • atividades não relacionadas com leitura e soletração é esperto e inteligente • inverte os números, por exemplo 15 por 51 ou 2 por 5 • escreve "b" ao invés de "d" • necessita usar blocos ou dedos ou anotações para fazer cálculos • tem alguma dificuldade incomum em lembrar a tabuada • demora a responder • confunde a esquerda com a direita • é desajeitado (algumas crianças com dislexia são, mas não todas). • tem dificuldade em pegar ou chutar bola • tem dificuldade em atar os sapatos, fazer nó numa gravata, vestir ou trocar de roupa Se tiver de 8 1/2 a 12 anos: • ainda comete erros negligentes na leitura • ainda comete erros esquisitos na soletração • omite algumas letras nas palavras • não tem bom senso de direção , confundindo às vezes esquerda com direita • às vezes confunde "b" com "d" • ainda acha a tabuada difícil • ainda utiliza os dedos das mãos, dos pés e sinais especiais no papel para fazer cálculos • a compreensão de leitura é mais lenta do que esperada na idade dele • leva mais tempo do que a média para fazer trabalhos escritos na escola ou em casa • lê muito por prazer • o tempo que leva para fazer as quatro operações aritméticas, parece ser mais lento do que o esperado para sua idade • demonstra insegurança e baixa apreciação sobre si mesmo Se ele tiver 12 anos ou acima: • há ainda erros na leitura • quando faz soletração, nota-se ainda algumas incorreções • as instruções, os números de telefone, etc... tem às vezes de ser repetidos • se atrapalha pronunciando palavras longas (fraca experiência com palavras como: preliminarmente, filosoficamente, paralelepípedo) • se confunde, às vezes, com lugares, horários e datas • muita verificação tem de ser feita antes de poder copiar corretamente • ainda tem dificuldade com as tabuadas mais difíceis • na forma tradicional de recitar as tabuadas , se perde e pula alguns números, esquecendo em que ponto esta • diga-lhe quatro números, por exemplo 4 - 9 - 5 - 8, pronunciados em intervalos de um segundo, e, peça-lhe para dizer em ordem inversa. • ainda volta aos hábitos da idade anterior quando se cansa • tem dificuldades em planejar e fazer redações Todas as Idades: • há alguém mais na família com o mesmo problema • você tem a impressão que existe anomalias e inconsistências na performance dele; que é esperto e inteligente em alguns aspectos mas parece ter um bloqueio parcial ou total em outros, difícil de explicar Dicas que podem ajudar: 1. Não o chame simplesmente de preguiçoso ou de desleixado. 2. Não faca comparações com outros membros da família ou com colegas de classe. 3. Não exerça pressão sobre ele a ponto de amedrontá-lo com a perspectiva de não passar de ano ou de deixar você desapontado 4. Não exija que ele leia em voz alta perante seus colegas (sem seu consentimento) . 5. Não espere que aprenda a soletrar uma palavra após escrevê-la repetidas vezes, com a finalidade de lembrá-la. Certamente não se lembrara. 6. Não fique surpreso se facilmente se cansar ou desanimar. 7. Não se surpreenda se a caligrafia for irregular ou feia. Boa caligrafia e muito difícil . 8. Não se surpreenda se o desempenho for incongruente; se em algumas ocasiões se sair bem e em outras não. 9. Não diga somente "tente esforçar-se", incentive nas coisas que gosta e faz bem feito. Leia em voz alta. 1. Manifeste sua apreciação pelo esforço, como por exemplo, elogiando por tentar escrever uma estória. Mesmo que ela contenha muitos erros, diga que a maioria das palavras estavam certas. 2. Estimule a olhar as palavras detalhadamente, poucas letras de cada vez. 3. Fale francamente sobre dificuldades dele. 4. Ajude a reconhecer que há muitas coisas que pode fazer bem. 5. Motive a ir devagar, dando tempo ao tempo. O mais importante Procure ensino especial(possivelmente no sistema individual, através de alguém que seja especialista em dislexia) Pais e Escolas Se seu filho freqüenta uma escola, fale com o diretor, afim de que haja perfeito entendimento entre vocês, e para que você possa estar certo de que os professores de seu filho estão conscientes das dificuldades que ele enfrenta e bem informados sobre o assunto. Se você tiver interesse em escolas especializadas em dislexia ou profissionais que possam ser consultados sobre problemas especiais de crianças com dislexia, ABD -Associação Brasileira de Dislexia poderá colocá-lo em contato com os mesmos. Provas Se ele se submeter a provas escritas, um atestado sobre as suas dificuldades poderá ser remetido para o conselho examinador, através do diretor da escola. Isto é aceitável somente pelo psicólogo escolar e somente depois de feita uma avaliação detalhada.

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