segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sociedade Americana reduz idade para tratar TDAH

Segundo as novas diretrizes, crianças entre 4 e 5 anos poderão ser tratadas com remédio se não responderem aos tratamentos comportamentais

TDAH: quase 60% das crianças não são diagnosticadas corretamente TDAH: quase 60% das crianças não são diagnosticadas corretamente (Thinkstock Images)
O déficit de atenção e de hiperatividade (TDAH) agora pode ser diagnosticado em crianças a partir de 4 anos e até 18 anos de idade, segundo uma nova diretriz apresentada no domingo pela Academia Americana de Pediatria. Nas diretrizes anteriores, lançadas em 2000 e 2001, havia somente orientações sobre o diagnóstico e tratamento para crianças com idades entre 6 e 12 anos.
"Tratar uma criança enquanto ela é pequena é importante porque nós aumentamos as chances de elas serem bem-sucedidas na escola", diz Mark Wolraich, pediatra da Universidade de Ciências da Saúde em Oklahoma e autor do novo guia para os médicos. O déficit de atenção e hiperatividade é o distúrbio neurológico do comportamento mais comum nas crianças – em 2007, 9,5% das crianças receberam o diagnóstico de TDAH nos Estados Unidos.
Em crianças com idade entre 4 e 5 anos, os médicos devem priorizar o tratamento com terapias comportamentais. Se todas as estratégias falharem e se as crianças continuarem com problemas que repercutam em sua vida cotidiana, os especialistas devem prescrever o metilfenidato (remédio comercialmente conhecido como Ritalina). Para crianças mais velhas e adolescentes, tanto a terapia comportamental quanto a droga são estratégias recomendadas.
Diagnóstico — Embora as novas diretrizes permitam que crianças a partir dos 4 anos sejam diagnosticadas, há um grande desafio no diagnóstico dos pequenos com essa idade. Isso porque, segundo Wolraich, essas crianças são muito pequenas para já estarem na escola e estão apenas sob a supervisão dos pais. Por isso, há dificuldade para confirmar os comportamentos com as opiniões de professores ou funcionários de uma creche, por exemplo.
Na hora de fazer diagnóstico das crianças menores, os médicos devem acompanhar os sintomas durante nove meses – tempo maior que os seis meses necessários para as crianças mais velhas.
Segundo Wolraich, os pequenos com o problema costumam ter mais chances de se envolver em confusão e de uma expulsão de programas de educação pré-escolar. Em alguns casos, os pais devem procurar uma orientação mais específica para aprender a lidar com o comportamento de seus filhos e ajudá-los no tratamento.
Já o diagnóstico dos adolescentes requer uma conversa com outros adultos, além dos pais. Os médicos devem procurar informações de professores, técnicos, conselheiros e outros adultos que interajam com os jovens.
"Como é uma doença crônica, você deve tentar todas as estratégias necessárias para melhorar essa condição, incluindo a educação da família e também o acompanhamento da criança durante o crescimento", diz Wolraich.
As novas diretrizes serão publicadas na edição de novembro do periódico científico Pediatrics.

Nenhum comentário:

Postar um comentário