sexta-feira, 14 de outubro de 2011

INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS

RESUMO: A Psicopedagogia compromete-se primordialmente com o sistema educativo, relativo às dificuldades de aprendizagem, buscando levar o educando a integrar-se, respeitando sua individualidade. Analisar a importância do psicopedagogo, verificando o campo de trabalho e o papel que o mesmo está desempenhando nas escolas é o objetivo central do artigo. Ainda, a discussão dos conhecimentos multidisciplinares que o Psicopedagogo deve ter para uma maior compreensão do processo de avaliação diagnóstica, favorecendo a metodologia adequada para o desenvolvimento de suas intervenções psicopedagógicas.
PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia –Individualidade –Educando– Intervenções – Aprendizagem
O presente artigo surgiu da preocupação e da necessidade de melhor compreensão do processo de aprendizagem frente aos desafios surgidos pelo educando que aprende e da identificação das dificuldades do mesmo nesse  processo de aprender  junto  a  intervenção psicopedagógica  família/escola. Há um tempo, a falta de clareza a respeito dos problemas de aprendizagem, fazia com que os alunos com dificuldades fossem encaminhados para profissionais de diversas áreas de atuação, sem uma resolução eficaz dos  problemas detectados.
 A Psicopedagogia chega para atuar integrativamente, associada a outras áreas do conhecimento, buscando averiguar criticamente o modo como vem sendo conduzido o processo de ensino-aprendizagem atrelada a construção do conhecimento.

A Psicopedagogia Clínica e Institucional tem como meta contribuir com pesquisas na área da aprendizagem e do desenvolvimento humano de maneira ética e reflexiva, com fundamentação científica, buscando o bem estar dos envolvidos nesse processo.

Clinicamente ou institucionalmente, a Psicopedagogia tem como centro o indivíduo em desenvolvimento e as alterações desse desenvolvimento, favorecendo a apreensão de competências e habilidades que possibilite o aprender num sentido mais amplo.

É observável os crescentes problemas ligados às dificuldades de aprendizagem. Embasada em grandes teóricos como  Piaget, Vygotsky, Freinet, Ferreiro, Teberosky e outros, os pedagogos e professores os analisavam  como insuficientes para uma intervenção ativa nessas dificuldades de aprendizagem. Nessa perspectiva, surge o profissional Psicopedagogo  que auxilia nessa intervenção, realizando diagnósticos que consideram o indivíduo no processo de aprendizagem na sua essência interna e externa. 


Desenvolvendo trabalhos integrados com outros profissionais em harmonia com outras áreas do conhecimento humano  respeitando o espaço de cada um e  o Código de Ética.
Ainda, compreendendo o sujeito da aprendizagem à partir de seu contexto cultural, social, cognitivo, psíquico e orgânico. Aprofundando o estudo dos processos e instrumentos de intervenção, também a partir dos diferentes contextos de aprendizagem: lógica, letramento, espaço e tempo, expressões musicais, corporais e plásticas.
“O psicopedagogo pode usar como recursos a entrevista com a família; investigar o motivo da consulta; procurar a história de vida da criança realizando Anamnese; fazer contato com a escola e outros profissionais que atendam a criança; manter os pais informados do estado da criança e da intervenção que está sendo realizada; realizar encaminhamento para outros profissionais, quando necessário”. RUBINSTEIN (1996).
A Psicopedagogia vem contribuindo muito nas diversas instituições, onde o seu objetivo maior compreende assinalar e analisar os fatores que possibilitam, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem. Contudo  mesmo tendo como alvo uma intervenção psicopedagógica na escola, não podemos anular a existência de vários fatores que determinam o sucesso ou o fracasso escolar. Dentre eles, o fisiológico, psicológico e o pedagógico que envolve a criança nesse meio sócio cultural. Cabe ao trabalho psicopedagógico, a percepção de dificuldades e o planejamento adequado para a intervenção nas instituições interada com outros profissionais para o maior conhecimento dos processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. É cada vez mais comum ouvir a reclamações de professores sobre o contingente de crianças que, apesar dos seus esforços, não aprendem a ler, a ortografar, a escrever, a pensar e, principalmente, não  expressam de nenhuma maneira o encanto e o prazer de aprender. Diante dos estudos sobre os distúrbios e fracassos da aprendizagem de muitas crianças, vê- se a necessidade de ouvir as crianças em suas reais condições detectando os  problemas de aprendizagem que tanto podem ocorrer no início ou no  decorrer do período escolar com  diferenças variadas de aluno para aluno.

Conhecer o sistema educacional, sua organização e as dinâmicas institucionais, a instituição família, alunos e professores estabelecendo uma relação harmoniosa,  é primordial para a intervenção psicopedagógica eficaz levando  a criança a integrar-se novamente.

Desta forma, as causa do processo de aprendizagem e a dificuldade de aprendizagem, deixa de ser identificado apenas  no aluno e no professor e passam  a ser vistos como um processo mais amplo, que envolve inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com muito critério pelo professor e o psicopedagogo que já não se defrontam mais  com um processo linear de crescimento e desenvolvimento. É a percepção de uma criança singular que vai comandar o processo de aprendizagem  e não um modelo universal de desenvolvimento, respeitando o desempenho individual de cada um e numa única direção. 

A psicopedagogia pode ser organizada em quatro eixos. “O amplo conjunto de tarefas e funções realizadas pelos profissionais que prestam assessoramento psicopedagógico às escolas, apesar de sua diversidade, pode ser organizado em torno de quatro eixos” (Coll, 1989).
O primeiro eixo, “relativo à natureza dosa objetivos da intervenção, cujos pólos caracterizam respectivamente as tarefas que se centram, prioritariamente no sujeito e aquelas que têm como finalidade incidir no contexto educacional. Assim, as tarefas incluídas são tanto as que têm como objetivo prioritário o atendimento a um aluno, quanto as que aprecem vinculadas a aspectos curriculares e organizacionais.” (Coll 1989).
O segundo eixo, “afeta as modalidades de intervenção, que podem ser consideradas como corretivas, ou preventivas e enriquecedoras. Qualquer intervenção realizada na escola pode ser caracterizada, em um determinado momento, embora, em momento posterior, sua consideração se modifique.” (Coll 1989).

Outro eixo, “também diferencia modelos de intervenção, embora tenha como objetivo final o aluno, pode ter diferenças consideráveis: enquanto alguns psicopedagogos trabalham diretamente com o aluno, orientam-no e, inclusive, manejam tratamentos educacionais individualizados, outros combinam momentos de intervenção direta com intervenções indiretas, centradas nos agentes educacionais que interagem com ele.” (Coll 1989).

O último eixo, “indica o lugar preferencial de intervenção, que entendemos como a diversidade de níveis e contextos, inclusive quando circunscrita ao marco educacional escolar. Este eixo inclui tanto as tarefas localizadas no nível de sala de aula, em algum subsistema dentro da escola, na instituição em seu conjunto, ano, série, assim como aquelas que se dirigem ao sistema familiar, à zona de influência, etc.” (Coll 1989).
Esses eixos podem permear a intervenção psicopedagógica do psicopedagogo, embora, sem ser extremamente necessária a execução dos mesmos.

Sabemos que o processo educativo ocorre em consonância com o contexto histórico vivido pela sociedade. Cotidianamente, vivemos um momento de intensa busca para garantia de nossos direitos individuais e coletivos. Direitos estes que, perpassam as questões socioeconômicas, históricas e culturais da humanidade. Esse é o desafio contínuo da educação – Educar na diversidade – estando interligado com o mundo e  suas interferências que colaboram na construção do conhecimento desta sociedade dinâmica e complexa. Atualmente, o fazer educativo se tornou mais amplo, com objetivos mais flexíveis e diversificados que buscam atender todos que estão envolvidos nesse processo educativo, nas suas especificidades e necessidades. Cabe ao Psicopedagogo proporcionar a cada aluno,  elementos para sua maior interação com esse mundo.

Comungando com esse propósito, o Código de Ética e Estatuto da Associação Brasileira de Psicopedagogia reza no seu artigo 6º os deveres fundamentais dos psicopedagogos:

a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem o fenômeno da aprendizagem humana;

b) zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões do mundo;

c) assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos limites da competência psicopedagógica;

d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;

e) difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de classe sempre que possível;

f) responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico;

g) preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;

h) responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;

i) manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia;

j) O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para harmonia da classe e manutenção do conceito público.
(http//www.abpp.com.br/leis_regulamentação_etica.htm).
Cabe à Psicopedagogia trabalhar para que a escola acompanhe o  desenvolvimento humano e se constitua num verdadeiro espaço de construção do conhecimento. Os problemas de aprendizagem podem ocorrer tanto no início, quanto no decorrer do período escolar e expressam diferenças que variam de aluno para aluno, solicitando uma investigação no campo em que eles se manifestam.

Dentro dessa proposta, um grupo de Psicopedagogos acompanhou uma criança em uma escola municipal de uma cidade mineira, tendo em vista o seu papel de  promover  as intervenções necessárias para o melhor aproveitamento dessa criança partiram de uma investigação minuciosa.

A escola onde aconteceu a investigação psicopedagógica, faz parte da Rede Municipal de Educação. Situa-se na região norte da cidade e atende a cerca de 200 crianças de 3 a 6 anos, em dois turnos, matutino (07:00h as 11h e15min) e vespertino (13:00h as 17h e15min).
A sua estrutura física caracteriza-se por prédio especifico para escola contendo: 04 salas de aula; 01 secretaria, 01 parquinho e 01 pátio com duas áreas cobertas; 01 cantina; 01 brinquedoteca; 03 depósitos (material pedagógico, de limpeza e merenda); 03 banheiros, sendo 02 adaptados para crianças e 01 escovódromo.

Analisando a sua estrutura física, foi percebido que ela oferece condições adequadas de funcionamento e de atendimento ao público da Educação Infantil, seu espaço é amplo e compatível com a demanda; possuindo salas arejadas, equipamentos e mobiliários em bom estado e adequados.

De modo geral, a escola é bem organizada, limpa; os funcionários trabalham com zelo e presteza, atendendo com carinho as crianças. No seu quadro de funcionários a escola possui: 08 professores regentes, 02 professores apoio pedagógico, 04 serventes de zeladoria, 01 supervisora e 01 diretora. Nela, funcionam oito turmas sendo: 01 de maternal II, 03 de 1º período e 04 de 2º período, todas com 25 alunos cada.
A escola cumpre calendário de 200 dias letivos.

Foi verificado que em sua dinâmica de funcionamento, que há uma boa distribuição de tarefas, priorizando o lúdico e o trabalho coletivo. São designados horários para uso da brinquedoteca e do parquinho por cada turma.

Como proposta pedagógica é realizada projetos temáticos, encontros de capacitação continuada e atendimento às demandas individuais, tanto das professoras quanto dos pais e alunos. Na questão administrativa, há  uma boa organização e distribuição de funções visto que, a escola apresentava um funcionamento  com tranqüilidade.
Num relatório, os psicopedagogos apresentaram dados referentes a Investigação Psicopedagógica, traçando  um paralelo entre o papel do especialista em psicopedagogia na sua pratica  e perspectiva teórica-crítica; em vários momentos do cotidiano escolar, oportunizando também o conhecimento da diversidade e complexidade de  seu campo de atuação.

Como objetivo geral para esse trabalho psicopedagógico, foi definido a identificação de um caso clínico e a elaboração de proposta de intervenção. Identificado a criança, foi possível observar suas atitudes no contexto escolar, investigar o diagnóstico clínico, as ações docentes e o histórico familiar. Analisar e participar ativamente das ações educativas através da  observação direta, entrevistas e a avaliação individual e coletiva.


O caso identificado traz uma criança que teve paralisia cerebral ao nascer, cuja conseqüência foi o comprometimento do seu desenvolvimento psicomotor e da linguagem.
“Paralisia cerebral (PC) é uma lesão de alguma(s) parte(s) do cérebro. Esta lesão acontece durante a gestação, durante o parto ou após o nascimento; ainda no processo de amadurecimento do cérebro da criança. É uma lesão provocada, muitas vezes, pela falta de oxigenação das células cerebrais. Como acontece a lesão? Principais causas antes do nascimento: Ameaça de aborto, choque direto no abdômen da mãe; Exposição aos raios-X nos primeiros meses de gravidez; Incompatibilidade entre Rh da mãe e do pai; Infecções contraídas pela mãe durante a gravidez (rubéola, sífilis, toxoplasmose); Mãe portadora de diabetes ou com toxemia de gravidez; Pressão alta da gestante. Principais causas durante o parto: Falta de oxigênio ao nascer (o bebê demora a respirar, lesando partes do cérebro). Lesão causada por partos difíceis, principalmente os dos fetos muito grandes de mães pequenas ou muito jovens (a cabeça do bebê pode ser muito comprimida durante a passagem pelo canal vaginal); Trabalho de parto demorado; Mau uso do Fórceps, manobras obstétricas violentas; Bebês que nascem prematuramente (antes dos nove meses e pesando menos de 2 quilos) têm mais chances de apresentar paralisia cerebral. Principais causas depois do nascimento: Febre prolongada e muito alta; Convulsões; Desidratação com perda significativa de líquidos; Infecções cerebrais causadas por meningite ou encefalite; Ferimento ou traumatismo na cabeça; Falta de oxigênio por afogamento ou outras causas; Envenenamento por gás, por chumbo (utilizado no esmalte cerâmico, nos pesticidas agrícolas ou outros venenos); Sarampo; Traumatismo crânio-encefálico.” (FARIA, Gleison Fernandes: Texto O Que é Paralisia Cerebral).
Para melhor identificação desse caso foi  estabelecido  uma parceria com a escola e com a família para  proceder ao  trabalho, através de documentos e anamnese.
Analisando os documentos fornecidos (diagnóstico do neurologista e fichas da escola), as informações colhidas através da entrevista com a família (anamnese) e com a professora, a observação individual, em grupo e  a avaliação da criança, foi possível elaborar uma proposta de intervenção.

Com todas as informações colhidas, percebeu-se que a escola teve um papel fundamental no desenvolvimento da criança em vários aspectos. Ela está bem socializada com as outras crianças, demonstra boa autonomia. Percebe-se ainda que a criança, dentro das suas limitações apresenta uma evolução na expressão corporal, segundo relatos da família; tanto na psicomotricidade como  na fala (as suas expressões orais). As professoras que convivem mais proximamente desta criança demonstram uma boa interação com ela e um grande interesse no seu desenvolvimento. O trabalho dos professores conta com o apoio da direção, do serviço pedagógico e dos diversos agentes da escola.

A criança já faz acompanhamento com profissionais especializados, fonoaudiólogo e fisioterapeuta e os psicopedagogos entendendo que suas ações poderiam potencializar o desenvolvimento da sua aprendizagem, criaram um plano de intervenção.

Na proposta de intervenção para Ana (nome fictício), caracterizou-se basicamente pela utilização da “Caixa de Estímulos” para as sessões individuais de psicoterapia, cujo objetivo será  desenvolver mecanismos para ampliar a aprendizagem da criança. Através desta caixa poderão ser desenvolvidas atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, músicas e atividades de manipulação e de expressão oral e escrita. Como a criança apresenta  dificuldade na fala e não é possível compreender  imediatamente o que ela está dizendo, é preciso pedir para que ela  repita quantas vezes for necessário. Pessoas com dificuldades desse tipo não se incomodam de repetir, se necessário, para que se façam entender. Lembramos  que elas têm necessidades específicas devidas às suas diferenças individuais. Sugere-se também, um envolvimento psicológico, dando ênfase à diversão com jogos  tradicionais que foquem os aspectos perceptuais, cooperação de parceiros, interação com o “co” jogador, satisfação pessoal e sensação de segurança e confiança nela mesma. Para atividades de leitura e escrita é possível contar com o  auxílio do alfabeto móvel, formando  palavras soltas e pequenas frases. Na matemática, o trabalho com material concreto e experiencial é imprescindível. Dentre eles, tampas de garrafas e massa de modelar e outros que permitam o movimento das mãos. Também bola, bambolê, corda, jogos da memória  e construção de outros objetos.

Ressalta-se que a intervenção psicopedagógica é um processo continuo que necessita do envolvimento coletivo tanto da família quanto da comunidade escolar e dos demais profissionais envolvidos no acompanhamento da criança, por isso, é possível acreditar que a intervenção, além de contribuir para que novas práticas metodológicas sejam  desenvolvidas no cotidiano da escola, poderá  também oferecer elementos para ações conjuntas destes diversos profissionais.

O psicopedagogo sabe que sua profissão consiste na construção de saberes, não sendo uma atividade neutra para ambas as partes. Nesta situação a ajuda entre ambos é mútua, pois as relações de afeto que se estabelece entre o psicopedagogo e o educando são necessários ao desenvolvimento da relação educativa.

Desta forma, o papel do psicopedagogo  deve sempre buscar  levar o educando a integrar-se novamente à vida normal, respeitando sua individualidade. Este profissional deve ter conhecimentos multidisciplinares, pois em um processo de avaliação diagnóstica, é necessário estabelecer e interpretar dados em várias áreas, dentre elas: auditiva e visual, motora, intelectual, cognitiva e emocional. É a amplitude destes conhecimentos  que permitirá ao psicopedagogo a compreensão do diagnóstico  do caso investigado, o que favorecerá  a metodologia adequada para o desenvolvimento das suas intervenções psicopedagógicas.





ANEXOS

1- PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Na Instituição:
Acompanhamento da Equipe Escolar em suas ações e oportunizando diversificação de estratégias didáticas e metodológicas.
Na Clínica:

Trabalhar com a Caixa de Estímulos potencializando o desenvolvimento das múltiplas Inteligências, através de jogos, músicas e atividades de teor sensório-motor.

2- ANAMNESE
Identificação do paciente                  Data:
Nome: A.V.S.M.
Data de nascimento: 03/06/2003 idade: 4 anos 9 meses  - sexo: feminino
Naturalidade: xx                                  Nacionalidade: Brasileira
Endereço: xxxx             
Telefones: xxx   
Grau de instrução: Educação Infantil
Religião: católica
Filiação:
Pai: xxxx        - Grau de Instrução: Ensino Médio Completo.
Profissão: Tecelão                Idade : 32 Anos
Mãe: xxxx      - Grau de Instrução: Ensino Médio Completo
Profissão: Do Lar.                 Idade :  28 Anos
Antecedentes pessoais:
Concepção
¦Idade dos pais na época: mãe 24 anos; pai: 28 anos.

¦Rh: mãe, pai, paciente (não informados).

¦Número de gestações anteriores: 0.

¦Abortos? 0 naturais e 0 provocados.

Gestação
¦A gravidez foi desejada por ambos? Sim( x ) não(  )

¦Fez acompanhamento pré-natal? Sim(x )  não(  ).  8 consultas e exames.

¦Sofreu acidentes, quedas? Sim(  ) não( x )   

¦Submeteu-se a algum tipo de cirurgia? Sim(  ) não( x ).

¦Teve doença na gestação? Sim(  ) não( x )

¦Tomou alguma medicação? Sim( x ) não(  ) Remédio para segurar a gravidez

¦Enjôo? Sim(x ) não(  )

¦Exposição a RX? Sim(  ) não( x )
¦Condições psicológicas durante a gravidez? Favoráveis.
Parto
¦ (  ) a termo (  ) pós termo (  ) prematuro (  ) nasceu esbranquiçado (  ) cianótico
Parto cesárea, pois não houve evolução e foi necessário a intervenção cirúrgica; a criança já corria risco de vida. Nasceu de 8 meses e meio. Ficou hospitalizada na UTI neonatal.
Condições da criança
¦Chorou ao nascer? (  )sim (x )não. Teve convulsão e foi sedada.
¦Teve icterícia? (x )sim (  )não
¦Tomou algum medicamento na época ? ( x ) sim (  )não (  ) não sabe Qual? Gardenal.
¦E hoje, faz uso de algum medicamento? (  )sim   ( x )não.    Qual?
 ¦E como é o Sono (agitado, range os dentes, sonambulismo, dorme de boca aberta, enurese, dorme com alguém)?  Dorme com os pais, tem sono tranqüilo, tem adenóide e às vezes dificuldade de respirar.
¦Tem algum hábito especial para dormir? Dorme com a mãe ou pessoa mais próxima e faz uso de chupeta.
Alimentação
¦Mamou no seio? ( x )sim (  )não
¦Até quando?  1 ano  e 6 meses.
¦Chupeta até quando?  Pouco tempo.
¦Mamadeira a partir de quando? (não informado)
¦Até quando? (não informado)
¦Aceitou bem a alimentação pastosa? ( x  )sim (  )não   Desde quando?  5 meses
¦Aceitou bem a alimentação sólida? ( x )sim (  )não      Desde quando ? 6 meses
¦Usa copo?  ( x )sim   (  )não         
¦ Alimenta sozinho?  ( x )sim   (  )não
¦A partir de quando? 4 anos, começou na escola.
¦E a sua alimentação atual (tipo, apetite, posição, mastigação)? Utiliza bem o copo, tem um bom apetite e utiliza mais a mão esquerda.
História patológica pregressa
¦Retardo mental, diabetes, síndromes, doenças nervosas, epilepsia, doenças na infância.
¦2004: Atraso no desenvolvimento, lesão cerebral, efusão liquorica do recém-nascido ou atrofia cortical (de acordo com laudos de tomografias).
¦2006: Aspecto hiperdenso dos talamos e parte da cabeça dos núcleos caudados (de acordo com laudos de tomografias).
¦Tem algum problema de visão? Usa óculos? Desde quando? Cirurgia?   (  )sim (x )não
¦Tem algum problema de audição?    (  )sim (x )não
Desenvolvimento psicomotor
¦Com que idade sustentou a cabeça?    (não informado)
¦Com que idade sentou-se?   9 meses.
¦E engatinhou?  1 ano e meio.
¦Qual foi a forma de engatinhar ?   De 4 pés arrastando mais de um lado.
¦Com que idade começou a andar?  2 anos e meio.
¦ Cai  com facilidade ?  ( x )sim   (  )não
¦Baba? ( x )sim   (  )não.  Tem diminuído consideravelmente.
¦Dominância manual:  esquerda (canhoto).
Desenvolvimento da linguagem
¦Balbucios: (não informado)
¦Primeiras palavras:  Após os 4 anos.
¦Primeiras frases:  Ainda não fala. 
¦Apresentou problema de fala?  ( x )sim (  )não
¦Presença de bilingüismo em casa?  ( x )sim (  )não
¦Compreende ordens?  ( x )sim (  )não
¦Como a criança se comunica?  Usando gestos e gritos.
Escolaridade
¦Com que idade entrou a escola?    3 anos e meio.
¦Tipo: educação infantil (regular).
¦Adaptou-se bem? ( x )sim (  )não
¦Escola atual? Continua na mesma .
¦Série e turno: 1º período - turno vespertino.
¦Atividades extracurriculares (o quê e onde?):
Fisioterapia iniciada desde os 9 meses até hoje, com algumas interrupções. Fonoterapia a partir de 1 ano até hoje.
Hidroterapia há mais ou menos 01 ano.
¦Notou alguma mudança na criança após o ingresso na escola? Sim, no convívio social e nos hábitos sociais, na alimentação, na forma de expressar sentimentos/emoções, na linguagem, no desenvolvimento psicomotor e sobretudo na autonomia em realizar as tarefas do cotidiano.
¦Como é a relação escola-família? É uma boa relação, de muita confiança.
¦Em que esta tem contribuído para o desenvolvimento da criança? Sim, principalmente na autonomia.
¦Quais têm sido as orientações da escola em relação à necessidade da criança? Ajudou na conduta em casa e na busca por profissionais especializados.
Comportamento
¦Humor habitual:  criança mais nervosa.
¦Estranha mudanças de ambiente? ( x )sim (  )não
¦Como as manifesta? Gritando, batendo ou mordendo os outros.
¦Adapta-se facilmente ao meio? Inicialmente estranha, mas logo se adapta.
¦Tem horários regulares para realizar suas atividades cotidianas? Não. As coisas são feitas quando é possível.
¦Alimenta, veste-se, toma banho sozinho? Hoje já alimenta, veste algumas peças de roupa e calça sandálias mais fáceis (chinelo) sozinha, mas a maioria das atividades ainda é feita com a ajuda e/ou supervisão do adulto.
¦Como é o relacionamento com os pais, irmãos, outras pessoas? De carinho.
¦Tem amigos? (  )sim (x )não   A maioria dos primos não tem paciência com ela, seus amigos são os colegas da escola.   
¦Como a família vê o problema?   A família superprotege, não apóia muito, até preferia que não a colocasse na escola. Não busca ajudar.
Observações: (não registradas).
Responsável pelas informações: xxxxxxxx
Vinculo com a criança: mãe
Assinatura
REFERÊNCIAS
ALENCAR, Eunice Soriano. Novas Contribuições da Psicologia aos Processos e Aprendizagem. São Paulo: Ed. Cortez, 1992.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996.
Código de Ética e Estatuto da Associação Brasileira de Psicopedagogia, disponível em http//www.abpp.com.br/leis_regulamentação_etica.htm.
COLL, César 1989. Conocimiento psicológico y práctica educativa. Barcanova. Barcelona.
COLL, César. Psicologia e Currículo: Uma Aproximação psicopedagógica à Elaboração do Currículo Escolar.São Paulo:  Ática,1997, 2ª ed.
FARIA, Gleison Fernandes: Texto O Que é Paralisia Cerebral, disponível em
http://www.gleisinho.palestras.nom.br/Paralisia.htm, acessado no dia 20 de Março de 2009.
MASNI, Elcie F. Salzano (orgs). Pisicopedagogia na Escola buscando condições para aprendizagem significativa. São Paulo: Ed Unimarco, 1994.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais – adaptações curriculares: estratégias de ensino para educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Secretaria de Educação Fundamental/ Secretaria de Educação Especial. SEF/SEESP: Brasília, 1998.
RUBINSTEIN, Edith. A especificidade do diagnóstico psicopedagógico. In: Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis: Vozes, 1996.
SCOZ, Beatriz, Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem. 6Ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

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