sábado, 22 de outubro de 2011

A Dinâmica do Currículo e a Proposta Inclusiva na Escola Regular


RESUMO
Este ensaio tem como objetivo analisar a dinâmica do currículo escolar no campo das políticas educacionais voltadas para inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais na escola regular. Constituiu em uma pesquisa bibliográfica, com base na analise documental. É subsidiado nos estudos de Beyer (2005), Carvalho (2004) e Mazzota (1996). A intenção é levantar questões e aspectos relevantes do currículo escolar, apontando a adequação curricular como uma alternativa para a escola atender a diversidade dos alunos.

1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade existe a preocupação das sociedades com seus membros mais vulneráveis. No Brasil a preocupação com o atendimento educacional às pessoas com deficiências existe desde o império, nesse período foram criadas instituições para atender este público, mais especificamente os deficientes visuais e auditivos (MAZZOTA, 1996). Desde então muitas mudanças foram feitas para atender as pessoas com deficiência. 
Em meados dos anos setenta a escola adotava o modelo de integração, ou seja, só aceitava aquelas pessoas que fossem capazes de acompanhar o ritmo de aprendizagem da maioria dos alunos. Nesse período a deficiência era considerada um problema que estava na pessoa, portanto, a mesma deveria se preparar em salas de atendimento especializado antes de integrar salas ditas comuns. Nos anos oitenta este modelo começou a ser questionado e em noventa foi adotado um novo padrão, o de inclusão. E as pessoas com deficiências passaram a ser chamadas de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (PNEES). Assim a Educação Inclusiva pretende que todas as pessoas tenham a mesma oportunidade de acesso, permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica que apresentem ou não.
De fato, a problemática da educação inclusiva e do atendimento especializado com esta modalidade de ensino tem de ser tratada em um contexto de integração de indivíduos enquanto cidadãos, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida e tornando-os conscientes de seus direitos e deveres. O objetivo da educação inclusiva não é adaptar o aluno com necessidades educacionais especiais ao aluno dito normal, mas sim possibilitar que este atinja o máximo de sua potencialidade.  Esta modalidade de ensino requer uma mudança profunda no comportamento da sociedade como um todo. Dito que o objetivo desta modalidade de ensino não é adaptação de PNEES, entendemos que a educação inclusiva deve ser vista em um contexto de política social e não apenas educacional. Grandes mudanças já estão sendo tomadas nesse aspecto, um exemplo é a própria legislação brasileira que já mudou em prol de uma educação de qualidade para todos. 
Para desenvolver este artigo realizamos uma pesquisa bibliográfica, com base na análise documental, à luz dos estudos de Beyer (2005), Mazzota (1996) e Carvalho (2004). Estruturamos o artigo em duas partes: a primeira trata de um breve histórico sobre o currículo e as adequações que julgamos necessárias para ao atendimento das PNEES. A seguir procedemos a analise de textos sobre as políticas educacionais para esta modalidade de ensino, fazendo um paralelo sobre a legalidade e a realidade que envolve a educação inclusiva.
Tendo assim uma tripla relevância, o artigo primeiramente trata das discussões em torno das mudanças sofridas ao longo do tempo, em respeito inclusão de PNEES no ensino regular, retrata também as divergências entre a legalidade e a realidade desta modalidade de ensino e por ultimo refere-se à dinâmica curricular dos cursos de formação de professores e da educação básica em contextualização com as adequações necessárias para que a educação inclusiva aconteça efetivamente.
É sempre difícil aceitar mudanças, porque a mudança incomoda, complica, obriga o indivíduo a rever conceitos, idéias e valores.  Este artigo vem justamente tentar ajudar aos acadêmicos do curso de pedagogia que estão sendo preparados para ingressar no mundo do trabalho e aos professores que já estão vivenciando esta realidade, a compreenderem a partir do currículo o que é a educação inclusiva, quais são os benefícios desta modalidade de ensino, quem são os beneficiados e quais as dificuldades de trabalhar em um ambiente de inclusão. Enfim vem mostrar que é possível romper barreiras ideológicas e preconceituosas, e assim ter uma educação inclusiva. Essa publicação é uma tentativa de auxílio para estes profissionais que breve estarão cara a cara com essa realidade. É importante salientar que este artigo é uma breve discussão, estamos conscientes de que o mesmo precisa de contribuições para melhor aprofundamento sobre o tema e acolheremos todas as colaborações que servirem para ampliá-lo.

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