sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ALGUNS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

ALGUNS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
Dislexias:
A incapacidade de aprender a ler de um indivíduo que possui a capacidade intelectual necessária. Vários são os termos dados a este transtorno como: dislexia específica, dislexia de evolução, e no passado "cegueira verbal congênita".
Segundo L. Bender (Teoria de atraso na maturação cerebral. "Retardo de maturação", explica Bender, "significa lenta diferenciação em relação a um padrão estabelecido, sem que se especifique ser o déficit local, estrutural, específico ou fixo. Não implica em limitação obrigatória quanto ao potencial; na verdade, com freqüência sobrevêm aceleramento de maturação".
A dislexia representaria um tipo especial de imaturidade cerebral, na qual se atrasaria a função de reconhecimento visual e auditivo dos símbolos verbais.

Dislalia:
Transtorno funcional primário que corresponde ao atraso da fala, à linguagem "bebê".

Atenção:
É um evento oculto que não pode ser controlado diretamente. Dessa maneira, é muito parecido com o processo oculto de aprendizagem, que também não apresenta referência direta e só pode ser mensurado pela observação das alterações no desempenho. Infelizmente, a atenção é um pré-requisito da aprendizagem. Se ambos são mensurados por uma alteração no desempenho é devida à atenção imperfeita, à aprendizagem imperfeita ou ambas.
A atenção na aprendizagem refere-se à seleção de estímulos dentre os vários utilizados no processo de aprendizagem, a fim de a ele associar a resposta adequada. A criança precisa dispor da atenção seletiva para discernir dentre tantos estímulos aquele que leva a uma resposta apropriada. A atenção deve estar centrada no conteúdo propriamente, não na forma e recursos utilizados na aprendizagem do mesmo. Ao escutar uma explicação oral, além de preocupar-se com a compreensão da mesma, há uma percepção de tom de voz, sotaque, etc; que também fazem parte do estímulo. Caso a atenção não esteja centrada, ( atenção seletiva); ela se desviará, não vingando o essencial.

Apraxias:
Incapacidade de executar os movimentos apropriados a um determinado fim, conquanto não haja paralisias.

Disfasias/Audiomudez:
Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência sensorial ou fonatória; que podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente e cujo nível mental é considerado normal.

Ecolalia:
Repetição da fala do interlocutor.

Disortografia:
Escrita com os erros de que tratamos, pode ser o primeiro ou único achado de exame em caso de dislexia leve não examinado logo no início, podendo ter havido, mas já desaparecido, as dificuldades à leitura. Boa parte dos disléxicos melhora razoavelmente nesta matéria, enquanto ainda cometem muitos erros à escrita.
Os disléxicos podem fazer toda a sua escrita em espelho, o que é, entretanto, raro.
Quanto aos erros de omissão, o mais freqüente é suprimirem-se letras mudas ou vogais - BNDT (por BENEDITO), por exemplo.
É comum a tendência à união de duas ou mais palavras numa só, mas se pode também verificar a divisão de uma palavra, que o disléxico escreve em duas partes.
Quanto a pontuação, pode haver dificuldade na colocação de vírgulas.

Afasia:
É a perda parcial ou total da capacidade de linguagem, de causa neurológica central decorrentes de AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesões cerebrais nas áreas da fala e linguagem. Conforme a extensão e localização da lesão o paciente pode apresentar um ou mais sintomas.
Sintomas:
·perda total ou parcial da articulação das palavras;
·perda total ou parcial da fluência verbal; dificuldade de expressar-se verbalmente; nomear objetos; repetir palavras; contar; nomear por exemplo os dias da semanas, meses do ano; ou ainda perda da noção gramatical;
·perda total ou parcial da habilidade de interpretação, não reconhece o significado das palavras.
·ler;
·escrever;
·perda total ou parcial da capacidade de organização de gestos para comunicar o que quer.

"Adquirida" da criança é considerada como algo excepcional. Ressalta uma redução da expressão verbal com transtornos articulares freqüentes, uma compreensão oral raramente perturbada, uma alexia freqüente acompanhando-se de transtornos da escrita. Afasias pós-traumáticas ou tumorais das quais poderíamos obter certas características: redução da expressão verbal oral mas sobretudo escrita, freqüência muito maior dos transtornos da realização da linguagem, em menos grau, da compreensão da linguagem, evolução um tanto favorável quando a lesão não é evolutiva.
Segundo Ketchum, afasia congênita, geralmente se relaciona com lesão cerebral evidente.

Disfasia:
Transtorno da linguagem- afasia congênita. Cujos transtornos se referem a recepção e análise do material auditivo, verbal e dificuldades com o discurso (perturbações na comunicação verbal).
Gagueira

Memória:
A memória pode ser definida como a capacidade do indivíduo de gravar as experiências e acontecimentos ao longo da vida.

Pode ser dividida em:
Tipos de Material: Verbal ou não verbal
Modalidade de Experiência Sensorial: Visual, Auditiva, Táctil e Gustativa
Memória de Curto Termo: aspecto de memória que envolve lembrança imediata
Memória de Longo Termo: para informações apresentadas pelo menos há 30 minutos
Memória Remota: para informações que ocorreram há mais de 24 h.

Os transtornos de memória tem sido mais freqüentemente relatados como déficits de habilidade associadas com algum tipo de disfunção cerebral.
problema de memória é também freqüentemente foco de intervenções de tratamento, e podem ser classificados como Retrógrada ( dificuldade de memória para informação codificada antes da lesão) e Anterógrada ( dificuldade de memória para informações subseqüentes à lesão).
No tratamento das disfunções da memória é importante identificar a fonte da dificuldade, se possível, bem como a natureza e parâmetros da disfunção. Entendendo-se o mecanismo da dificuldade pode-se conduzir ao desenvolvimento das intervenções apropriadas.
Dentro de uma abordagem psicológica, Dejours analisa o tema a partir da distinção de 03 tipos de memória:

Psíquica: ligada aos mecanismos de esquecimento;
Cognitiva: referente ao estocar e evocar informações;
Memória do "Saber Fazer": ligada aos programas genéticos que necessitam de encontros específicos com o ambiente, denominada Memória POTENCIAL ou LATENTE.

A intervenção psicopedagógica em indivíduos que tem problema de retenção vem no sentido de auxiliar para que este faça um maior número de relações entre o objeto de estudo ( o que quer ou precisa aprender) e suas estruturas mentais.

Hiperatividade:
A imagem composta da primeira infância e da meninice das crianças hiperativas é a de crianças que têm dificuldade de alimentar-se, de dormir, estão muitas vezes em mau estado de saúde e não aprendem a falar ou só falam adequadamente após os três anos de idade ou mais.
Transtornos Emocionais
Deficiência Mental
Desenvolvimento psicomotor
Sexualidade

Atraso de Linguagem:
Considera-se atraso de linguagem crianças que:
Até 1 ano e ½ não falam palavras isoladas
A partir dos 2 anos não formam frases

Causas possíveis:
Quando os pais ou aqueles que cuidam da criança não esperam que a mesma exprima sua vontade, antecipam-se fazendo aquilo que a criança quer fazendo com que a criança não sinta necessidade de falar.
Quando não há estímulos adequados
Quando o meio socio-afetivo-cultural não é adequado
Quando há atraso psicomotor
Quando à perda auditiva parcial ou total
Quando à problema neurológico.
Tratamento: Fonoaudiológico
Será identificado o nível de linguagem, as causas do atraso, orientação da participação familiar. 

 TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Os problemas da criança com transtornos de aprendizagem residem nas áreas de percepção, atenção, memória, associação e fixação de informações.
O problema de crianças com transtornos de aprendizagem às vezes tem sido formulado como localizado na deficiência de controle de impulsos que revelam. Parece que emitem, sem pensar, a primeira resposta disponível (muitas vezes errada), ao invés de examinarem as alternativas com cuidado e planejarem. Embora a ausência de controle de impulsos possa ser também interpretada como incapacidade de manter atenção seletiva, essa formulação levou a pesquisas consideráveis destinadas a ajudar as crianças a atingirem maneiras mais adequadas de reação. Isto se faz ensinando-se às crianças afirmações verbais envolvendo auto-instrução e auto-orientação. Muitos pesquisadores registram que esses métodos auxiliaram crianças impulsivas, com transtornos de aprendizagem, a melhorar seu desempenho em tarefas que requerem cuidado, planejamento e a consideração de alternativas. Um método especialmente eficaz parece ser o de exemplificação de estratégias de reação adequada, e, desde que possa ser apresentado em filme, tem um potencial educativo empolgante. Todavia, a eficácia básica dessa abordagem em termos de desempenho escolar melhorado não foi demonstrada de forma conclusiva, para o que se aguardam os resultados de mais pesquisas.
Reconhecemos o fato de que isto é um dilema para o educador que precisa testar e auxiliar crianças de imediato.
Alan Ross alerta:
Considere a que a criança com transtornos de aprendizagem é uma criança cujo desenvolvimento se processou mais lentamente do que outras crianças, especialmente na área da atenção seletiva. Não considere essa criança defeituosa, deficiente ou permanentemente inapta.
As crianças com transtornos de aprendizagem podem aprender!
Se uma criança não consegue aprender, procure uma forma diferente de ensino. Não procure algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança, nem você, devem ser responsabilizados por isso, mas você pode se responsabilizado se não tentar algo mais.
Não se amedronte por legendas imaginosas. "Dislexia" é um esforço para dizer em grego que a criança não pode ler! "Hiperatividade" significa que a criança se movimenta mais do que alguns de nós desejaríamos. Nenhuma palavra explica nada.
Não aceite como verdade as coisas que "todo o mundo conhece".
Seja céptico. Não pergunte: "Quem disse isso?", mas "Como eles sabem".

HIPERATIVIDADE
Muitas vezes, mas não sempre, a hiperatividade associa-se a transtornos de aprendizagem. Pode ser que essa relação não seja mais do que o resultado de um desvirtuamento de seleção no que se refere à criança com transtornos de aprendizagem e também hiperativa, a qual é mais provável que seja encaminhada para estudo do que sua colega iguaImente com dificuldades de aprendizagem, que se senta quieta em seu lugar. De qualquer forma, a presença de hiperatividade em algumas crianças com transtornos de aprendizagem tem sido muitas vezes usada como base da controvérsia sobre a existência de algo errado no cérebro de tais crianças. Para algumas crianças a hiperatividade pode ser perfeitamente o resultado de anormalidades cerebrais, mas para outras pode ser um comportamento adquirido ou nada mais do que a manifestação do máximo da distribuição normal de motilidade humana. Níveis altos de atividade motora podem não ser um problema por si mesmos, mas a reação do ambiente em que a criança vive a essa atividade pode transformá-los em problema.
Os transtornos de aprendizagem são principalmente um problema para a criança; a hiperatividade é principalmente um problema para os adultos que cercam a criança. Como os adultos são os "encarregados'', não é de admirar que a intervenção se concentre no que está perturbando o adulto mais do que naquilo que a criança realmente necessita. Isto é, o tratamento é geralmente dirigido mais à hiperatividade do que ao problema de aprendizagem. Muitas vezes, os adultos ficam satisfeitos desde que a criança se sente quieta, não importando se no momento ela está tendo algum aproveitamento na escola. Parece que a hiperatividade pode muitas vezes ser reduzida mediante a administração de certas drogas relacionadas com a anfetamina. Por uma lógica desvirtuada, isto tem sido novamente usado como prova de que os transtornos de aprendizagem tem sua base em desordens cerebrais.
Há muitas questões metodológicas que precisam ser levadas em consideração se desejamos estudar a eficácia de uma droga. Essas questões constituem obstáculo para estudos verdadeiramente definitivos no campo da hiperatividade e dos transtornos de aprendizagem. Em conseqüência, o conhecimento nessa área é incerto, e o uso difundido de medicação com crianças que têm problemas na escola toca às raias da irresponsabilidade. Os efeitos físicos e psicológicos a longo prazo do uso continuado de agentes químicos poderosos são desconhecidos e é muito alto o potencial do seu uso abusivo. As drogas, portanto, devem ser usadas com muita prudência, principalmente nas intervenções alternativas que não incluem drogas para hiperatividade e problemas de aprendizagem.
                                                                                                                                                                  
Alan O. Ross

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